COM BEATIFICAÇÃO DE MADRE CLÉLIA, INSTITUTO QUER MAIS MISSÕES GLOBAIS

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Sr. Anne Walsh e Ir. Fabiana Bergamin

Com beatificação de Madre Clélia, instituto quer mais missões globais

A aprovação do milagre realizado por intercessão de Madre Clélia Merloni, fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração (IASCJ), fez com que, no último dia 27, o papa Francisco abrisse o caminho para a beatificação da religiosa, fato que deverá ampliar as missões da entidade mundo afora, conforme espera a Irmã Anne Theresa Walsh, vigária-geral do IASCJ, que visita Bauru.

Na última segunda-feira, Anne recebeu o JC, acompanhada da Irmã Fabiana Bergamin, que é membro da Equipe de Comunicação da Província de São Paulo do instituto.

Segundo a religiosa norte-americana, a beatificação de Madre Clélia fará com que mais pessoas conheçam sua história e também se voluntariem nas missões do grupo.

Atualmente, as apóstolas estão presentes em 15 países e quatro continentes. Além do Colégio Infantil Madre Clélia, o IASCJ é a instituição mantenedora, em Bauru, do Colégio São José, da Universidade Sagrado Coração (USC), do Colégio São Francisco e da Central Sagrado – Rede de Educação e Projetos Sociais do Centro Sócio Educativo Irmã Adelaide.

“Quando uma pessoa é beatificada, é a Igreja dizendo ao mundo que o seu exemplo deve ser seguido, ou melhor, a maneira pela qual ela deu a sua vida à Igreja e ao próximo. Nós esperamos que, com mais pessoas sabendo quem Madre Clélia é, mais pessoas se juntem a nós”, reforça Anne.

Embora o instituto atenda, em sua maioria, países pobres ou em desenvolvimento, as chamadas nações de primeiro mundo não são deixadas de lado. “Nós, certamente, trabalhamos com os pobres, mas algumas vezes promovemos outras missões para auxiliar quem não é materialmente pobre. Ajudamos, também, espiritualmente”, acrescenta.

Antes e Depois

A Irmã Anne informa que o instituto chegou ao Brasil em 1900. Na época, as religiosas trabalhavam dia e noite para fazer com que as missões funcionassem. “Agora, fomos abençoadas pelos muitos leigos, que nos ajudam. Essa é a grande diferença de antes”, argumenta.

Por outro lado, a religiosa reconhece que a tecnologia trouxe novos desafios. Um deles é a forma pela qual o instituto age para ajudar as famílias. “Ainda há muitos problemas financeiros e não temos tantas Irmãs para ajudar. Porém, contamos com a colaboração dos leigos”, revela.

Mesmo católicas, as Irmãs auxiliam qualquer um, independente da religião. Tanto que algumas religiosas participam de uma missão na Sicília, na Itália, onde atendem os refugiados muçulmanos, que chegam da Síria. “A própria igreja pede para que a gente trabalhe com vários públicos”, ratifica.

Tal trabalho se dá nas áreas da educação, saúde, bem como da promoção humana e espiritual. “Quando Madre Clélia fundou o instituto, não o fez com uma missão específica. Ela pediu para que nós dividíssemos o amor do coração de Jesus Cristo e podemos fazer isso de diversas maneiras”, justifica.

Fabiana Bergamin, que é membro da equipe de Comunicação da Província de São Paulo do IASCJ, afirma que, no Brasil, o enfoque da entidade é a área educacional, mas trabalha com hospitais e promoção humana.

Inclusive, o País é responsável pela maior parte das missões fora dele, já que a maioria das Irmãs é brasileira. No total, há 1 mil religiosas ligadas ao instituto em todo o mundo – aproximadamente 500 são brasileiras.

“Isso porque, no Brasil, temos muito mais vocações do que na Europa. Nós somos um País bastante religioso. Na Europa, por sua vez, a secularização fez com que a Igreja não conseguisse tantas Irmãs”, defende Fabiana.

Comunicação

O trabalho da Irmã Anne é organizar toda a parte de comunicação do instituto. “Estamos trabalhando em dois sites: um só para a Madre Clélia e outro mostrando a beleza da entidade”, antecipa a religiosa.

Antes de se tornar Irmã, Anne se formou em Ciências da Computação. Tem, ainda, mestrado em Tecnologia da Educação, além da mesma titulação em Espiritualidade.

Nesta semana, a Irmã veio a Bauru, porque a equipe de comunicação do instituto está concentrada na cidade. Ela voltará a Roma no próximo dia 19 para se preparar para a cerimônia de beatificação de Madre Clélia, cuja data ainda não foi definida.

O milagre

Conforme o JC já noticiou, em 14 de março de 1951, o médico brasileiro Pedro Ângelo de Oliveira Filho foi, repentinamente, atingido por uma complexa paralisia dos quatro membros. Ele foi hospitalizado, com urgência, no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto com diagnóstico de paralisia ascendente progressiva.

Em dias, o problema evoluiu para insuficiência respiratória aguda e atingiu a glote, causando grande dificuldade para engolir. Dada a gravidade da doença e a insuficiência de remédios na época, no dia 20 março daquele ano, os médicos suspenderam os tratamentos e o desenganaram.

Com isso, a esposa de Pedro se encontrou com a Irmã Adelina Alves Barbosa, que lhe deu uma novena de Madre Clélia, com uma foto contendo um pedaço do tecido do véu que a religiosa usava.

Após intensas orações, a Irmã Adelina deu a Pedro goles de água, na qual colocou a pequena relíquia. O paciente estava muito doente, mas conseguiu beber um pouco. Minutos depois, perceberam que ele conseguia engolir e não perdia mais a saliva.

No dia 6 de maio, o paciente recebeu alta do hospital, porque a cura foi completa, permanente e sem sinais dos sintomas. Ele morreu em 25 de setembro de 1976, devido a uma parada cardíaca.

Fonte: JCNET