Madre Clélia, encontra-se com uma fisionomia serena, transmitindo a ternura de quem amou e confiou plenamente a sua vida ao Sagrado Coração de Jesus.
Fundadora das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, nasceu em Forli, na Itália, em 10 de março de 1861, morreu em 1930 e após 94 anos de sua morte, seu corpo permanece intacto.
Em 23 de abril de 2018, a exumação e o reconhecimento dos restos mortais de Madre Clélia Merloni ocorreram na capela dedicada a Santa Margarida Maria Alacoque dentro da Casa Geral em Roma, Itália.
O trabalho foi realizado por uma equipe de médicos e outros especialistas, sob a supervisão de representantes do Tribunal Ordinário da Diocese de Roma. Membros do Conselho Geral das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus também participaram do evento. As operações trouxeram à luz o corpo intacto de Madre Clélia, 72 anos depois que o caixão foi aberto pela primeira vez.
Um corpo intacto é preservado da deteriorização que comumente afeta todo o organismo poucos dias após a morte, não possuindo razões científicas para o seu estado de conservação. Um fato importante a ser destacado é que não foram realizadas técnicas de preservação através de processos químicos ou naturais para a conservação do corpo.
Fiéis e seguidores de Madre Clélia podem visitar seu corpo que se encontra na Capela da Casa geral, em Roma-Itália.
Construção da Urna-Relicário
Descrição da obra
O processo de desenho da urna para a Bem-Aventurada Clélia Merloni foi ditado pelo desejo de criar uma obra que atendesse aos seguintes requisitos: valorização, conservação e uso das relíquias da Bem-Aventurada
Construção da Obra
Do ponto de vista estético-formal, pensou-se em uma urna-relicário que deveria encaixar-se harmoniosamente no espaço arquitetônico que a abriga, dando ênfase máxima à figura de Madre Clélia, a fim de ser devidamente utilizável para a veneração dos fiéis. Também a intervenção de redesenvolvimento da parede que serve de fundo à urna foi concebida sob essa luz.
A solução, além de destacar de modo simbólico bastante explícito o forte elo entre Madre Clélia e Sagrado Coração de Jesus, é o resultado de uma análise cuidadosa do interior da Igreja e intencionalmente desenha formas, cores e materiais já presente nos móveis sagrados e no revestimento das paredes dos ambientes litúrgicos.
Em relação à necessidade de preservar e de proteger da melhor forma as relíquias da Bem-Aventurada, de modo a abrandar e reduzir ao mímino os fenômenos de deterioração devido a causas ambientais inadequadas (humidade, temperatura, desenvolvimento de microrganismos), a urna foi hermeticamente fechada com selos especiais de alta resistência e está equipada com um sistema passivo para estabilizar o microclima interno através do uso de pré-condições especiais de gel de sílica.
Esta Urna foi construida pela empresa Mondarte - Arte Sacra.
Descrição da Obra
Na parede de mármore como pano de fundo, encontramos no topo um coração grande que parece abraçar a estátua de Jesus, e em baixo como um triângulo com duas linhas simétricas que surgem a partir da Urna da Madre e sobem para o alto simbolicamente como duas mãos colocadas em oração que se encontram em contemplação e voltam o olhar do observador na direção ao Sagrado Coração.
O coração e o triângulo estilizados são duas formas complementares: elas se procuram e se encontram, como o dia e a noite que se casam.
É o encontro entre a beleza e a contemplação. No espaço criado pelo encontro dessas duas formas, é colocada deliberadamente a cruz pousada no Coração de Cristo que está sobre a Urna. A cruz, na espiritualidade da Madre, representa o lugar do encontro com Cristo. É nessa cruz que acontece a união do coração de Clélia com o Coração de Cristo.
Na cruz de Cristo ela encontra sua segurança, proteção e refúgio.
Aos pés do coração dourado apoiado sobre a Urna em um emaranhado de galhos e folhas em metal dourado, existem algumas espigas de trigo que representam a humildade e a oferta da Madre que se doou ao Sagrado Coração pela conversão dos pecadores e pela vida de seu Instituto: “Se o grão de trigo, caído no chão, não morrer, fica só; se ele morrer, produz muito fruto” (Jo 12, 24).
O rosto da Madre representa-a entre 45 e 50 anos; nos anos da beleza e da maturidade de seu Carisma; e sua serena expressão é a de um rosto em contemplação da pureza e da santidade de Deus, portanto não mais um rosto que conta o momento da morte, mas a ressurreição, conta o Carisma.
Finalmente, a gestualidade das duas mãos não é casual.
Uma aperta o crucifixo sobre o peito e a outra está aberta sobre as Constituições e nos mostra a vida interior;
Uma que acolhe a Cristo e a outra que dá o Carisma e representa a beleza da oração e a ação concreta da caridade.
A Urna é colocada sobre um altar. O altar na concepção bíblica é o lugar da oferta e do sacrifício. Neste sentido, a Madre tornou-se uma oferenda agradável ao Senhor e, ao mesmo tempo, faz-se oferta com Jesus em reparação pelos pecados da humanidade. A espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus é oblativa e doxológica e, neste sentido, a oferta que a Madre faz de si mesma adquire valor e significado na doxologia eucarística, porque Ela se oferece com Cristo, em Cristo e por Cristo.
Os dois pés descalços mostram que seu corpo está completo. Os pés estão em movimento e representam a vida da Apóstola a caminho que tem pressa de levar a todos o Evangelho do Amor e do perdão nas estradas do mundo.